pés em arrozal,
bênção da monção,
ou não. descanso.
pausa.
chove.
olho estrangeiro,
búfalos de água,
água.
verde e azul,
barro também.
e mais.
no caminho.
sim.
no caminho
e em todo lado,
os búfalos são teus donos.
;-afasto-me deles.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
quinta-feira, 11 de março de 2010
Fuso Horário
Viajo.
Trabalho.
Longe.
Muito longe...
e longe da estrada,
ou muitas vezes perto dela,
está o Templo.
Trabalho.
Longe.
Muito longe...
e longe da estrada,
ou muitas vezes perto dela,
está o Templo.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
As facas
Ama
se não tudo,
a roda,
também o corpo,
e as formigas,
que sobem
aos lábios.
em cacos...
que partem
a ortodontia.
Ama
o dente torto,
o calo no pé,
a unha negra.
Neste circo,
em que me rodam,
na roda.
Neste circo,
em que me atiram,
facas!
se não tudo,
a roda,
também o corpo,
e as formigas,
que sobem
aos lábios.
em cacos...
que partem
a ortodontia.
Ama
o dente torto,
o calo no pé,
a unha negra.
Neste circo,
em que me rodam,
na roda.
Neste circo,
em que me atiram,
facas!
sábado, 7 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
domingo, 10 de agosto de 2008
Há, sim, há!
Há tudo a fazer,
o diáfano vital
imperecível,
o gêlo quente,
manualmente
saudável.
Sim. Sim.
Alcântara...
...das margens,
caminho
para ti...
mergulho,
nado...
tocando-te
nos seios,
no pensamento
amamento
palavras,
paisagens,
sinapses,
onde,
depois...
toscanejo.
o diáfano vital
imperecível,
o gêlo quente,
manualmente
saudável.
Sim. Sim.
Alcântara...
...das margens,
caminho
para ti...
mergulho,
nado...
tocando-te
nos seios,
no pensamento
amamento
palavras,
paisagens,
sinapses,
onde,
depois...
toscanejo.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Ventos do Amor Universal no Ciberespaço
-Vou fugir.
-Foge, foge…
Vem ao topo do castelo,
onde o meu tubo amarelo,
solta bolhas de sabão.
Segue-lhes a direcção.
Saem vivas, diminutas,
Atrevidas, voam soltas
ou rebentam-se no chão.
Miríades de arco-íris rubicundo,
elevadas no ar, e dispersas p’lo mundo.
Mas sopra-se o vento suão,
e elas não chegam a Portimão.
- E a albufeira?
Serão capazes, poderão?
- Talvez uma se perca pela beira,
De um fio de ar que subiu,
E assim elevada consiga
Encontrar quem o pediu.
- Onde? Onde?
- Às cinco da tarde à direita,
Se mirares na brisa estreita,
No topo da rocha maior,
Talvez te brilhe ao redor,
Uma bola pequenina,
Rodada de saia menina,
dançando de súbita cor.
(Nasce assim com Ana Bica)
-Foge, foge…
Vem ao topo do castelo,
onde o meu tubo amarelo,
solta bolhas de sabão.
Segue-lhes a direcção.
Saem vivas, diminutas,
Atrevidas, voam soltas
ou rebentam-se no chão.
Miríades de arco-íris rubicundo,
elevadas no ar, e dispersas p’lo mundo.
Mas sopra-se o vento suão,
e elas não chegam a Portimão.
- E a albufeira?
Serão capazes, poderão?
- Talvez uma se perca pela beira,
De um fio de ar que subiu,
E assim elevada consiga
Encontrar quem o pediu.
- Onde? Onde?
- Às cinco da tarde à direita,
Se mirares na brisa estreita,
No topo da rocha maior,
Talvez te brilhe ao redor,
Uma bola pequenina,
Rodada de saia menina,
dançando de súbita cor.
(Nasce assim com Ana Bica)
domingo, 27 de julho de 2008
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Snack Bar
Snack bar
para beber
esquecer
e aprender
a amar
e a viver
de beco em beco
de mar em mar
Paulo Ramos
para beber
esquecer
e aprender
a amar
e a viver
de beco em beco
de mar em mar
Paulo Ramos
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Ensinamentos
O verdadeiro significado dos preceitos não é só não devermos beber álcool, mas também não nos embriagarmos de nirvana.
Bassui
Bassui
domingo, 15 de junho de 2008
- Também te amo, Paulo
Há tudo a fazer
começando por nada
começando por nadar
tipo peixe prego
tubarão martelo
ou peixe espada
piça amarela
piça laranja
piça vermelha
piça no anzol
piça no ar
Há tudo a fazer
mergulhar
ir ao fundo
ser ouriço
navegar
e naufragar
Há tudo a fazer
começando por acabar
um copo de tinto
um corpo rijo
numa cama de pregos
a flutuar
Há tudo por fazer
a barba
a Bíblia
chuva
uma promessa de gatas
o poema em linha recta
uma ceia de cardeais na cataplana
a vontade de fumar
contigo
uma crista de galo
à beira mar
Paulo Ramos
começando por nada
começando por nadar
tipo peixe prego
tubarão martelo
ou peixe espada
piça amarela
piça laranja
piça vermelha
piça no anzol
piça no ar
Há tudo a fazer
mergulhar
ir ao fundo
ser ouriço
navegar
e naufragar
Há tudo a fazer
começando por acabar
um copo de tinto
um corpo rijo
numa cama de pregos
a flutuar
Há tudo por fazer
a barba
a Bíblia
chuva
uma promessa de gatas
o poema em linha recta
uma ceia de cardeais na cataplana
a vontade de fumar
contigo
uma crista de galo
à beira mar
Paulo Ramos
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Engodo em serpenteio
Do veneno uterino ciclicamente calculista,
nasce essa prisão de seres procriadores.
Albarda-se o futuro a ponto de cruz,
em cores subordinadamente ferozes.
Montam-se tapetes de vida alheia,
à medida dos tacões de quem os tece.
Abrem-se portas esbarradas em paredes,
falsos abraços e ternuras queimadas.
Usando o berbigão como isco.
Umbigo do mundo.
nasce essa prisão de seres procriadores.
Albarda-se o futuro a ponto de cruz,
em cores subordinadamente ferozes.
Montam-se tapetes de vida alheia,
à medida dos tacões de quem os tece.
Abrem-se portas esbarradas em paredes,
falsos abraços e ternuras queimadas.
Usando o berbigão como isco.
Umbigo do mundo.
terça-feira, 10 de junho de 2008
Baby girl
Bebé que vive em manto alcatifado por pêlos.
Selvagem cavaleira, diamante bruto, pedra preciosa.
Enquanto fazes listas de compras, escuto-te.
Oiço e escrevo, o futuro são palavras.
E o presente tão belo. Tão real.
O presente não consegue ser domado,
é puro sangue selvagem sem espora que o conduza,
sem rédea que o pare. Aprecia apenas a sua beleza.
Abre ao mundo tudo que possa entrar:
a estes gatos negros, ao calor conforto,
ao não dormir, ao descansar,
ao amor que agora fazemos.
O presente não dorme.
Talvez seja apanágio do passado e do futuro.
Um adormecido, outro dormente.
Selvagem cavaleira, diamante bruto, pedra preciosa.
Enquanto fazes listas de compras, escuto-te.
Oiço e escrevo, o futuro são palavras.
E o presente tão belo. Tão real.
O presente não consegue ser domado,
é puro sangue selvagem sem espora que o conduza,
sem rédea que o pare. Aprecia apenas a sua beleza.
Abre ao mundo tudo que possa entrar:
a estes gatos negros, ao calor conforto,
ao não dormir, ao descansar,
ao amor que agora fazemos.
O presente não dorme.
Talvez seja apanágio do passado e do futuro.
Um adormecido, outro dormente.
Do Dia Seguinte
Alma racional, espermicida do corpo não pensante,
do impulso criador do ser, qual alma carnal em potência,
e assim se fazem rodinhas aniquiladoras.
Manipulação justificativa da vida e da morte,
mais uma fichinha, mais uma voltinha.
Traz-me a vida, se a vida for isso.
Deixa vir, vive.
Qual será mais fácil?
Tirar ou dar vida?
Qual a probabilidade da segunda?
Que facilidade na primeira...
Toma, não que eu queira,
o anestésico do medo da natureza.
Não a aceites como ela é.
Afinal.
Só projectamos selectivamente.
do impulso criador do ser, qual alma carnal em potência,
e assim se fazem rodinhas aniquiladoras.
Manipulação justificativa da vida e da morte,
mais uma fichinha, mais uma voltinha.
Traz-me a vida, se a vida for isso.
Deixa vir, vive.
Qual será mais fácil?
Tirar ou dar vida?
Qual a probabilidade da segunda?
Que facilidade na primeira...
Toma, não que eu queira,
o anestésico do medo da natureza.
Não a aceites como ela é.
Afinal.
Só projectamos selectivamente.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Manual Psiquiátrico
Continua a fazer escolhas
Em função do que esperas
Não vivas a experiência do momento,
Que é a vida
Não te sacrifiques ao que amas,
E vives.
Escolhe o que esperas mas não vives,
Vive iludido
serás assim feliz?
Se
se… então?
Impressiona a vida!
tens
e valoriza o que, no quadro do mundo,
faz sentido na tua visão.
Se rasgas as amarras do cais,
não cais, no mar revolto novamente.
Apenas lago tranquilo e luminoso,
Alma gémea confessa,
Paz, serenidade, eros químico-eco-lógica.
Em função do que esperas
Não vivas a experiência do momento,
Que é a vida
Não te sacrifiques ao que amas,
E vives.
Escolhe o que esperas mas não vives,
Vive iludido
serás assim feliz?
Se
se… então?
Impressiona a vida!
tens
e valoriza o que, no quadro do mundo,
faz sentido na tua visão.
Se rasgas as amarras do cais,
não cais, no mar revolto novamente.
Apenas lago tranquilo e luminoso,
Alma gémea confessa,
Paz, serenidade, eros químico-eco-lógica.
Uma Hipótese
A METÁFORA DE NEURATH
Somos como marinheiros obrigados a reparar o seu barco no alto mar, sem qualquer possibilidade de desmontar todas as peças e de o reconstruir em doca seca.
Otto Neurath, Enunciados Protocolares
Para quem já sabe algo
Raramente duvida
Mas…
Quando algumas das nossas crenças
Num abalo sísmico se flectem
Há sempre um tijolo que cai
.alguma coisa em que eu acreditava não funciona
O casco é afectado com o contacto
Vamos ver o rombo
É isolado, coisa pequena
E o sistema de crenças fica de novo restabelecido
Há um rombo grande?
Todo o sistema é abalado
.nada funciona, então
Há que revê-lo, impossível
Sem parar
A presunção acerca da verdade de uma crença só é possível na relação com a verdade de todas as outras crenças desse sistema. A revisão total afunda o barco. Em algo se acredita: o que funda o coerente.
Acredito que consigo atravessar oceanos (contigo).
A hipótese só é viável num todo coerente.
A hipótese é: nós!
Somos como marinheiros obrigados a reparar o seu barco no alto mar, sem qualquer possibilidade de desmontar todas as peças e de o reconstruir em doca seca.
Otto Neurath, Enunciados Protocolares
Para quem já sabe algo
Raramente duvida
Mas…
Quando algumas das nossas crenças
Num abalo sísmico se flectem
Há sempre um tijolo que cai
.alguma coisa em que eu acreditava não funciona
O casco é afectado com o contacto
Vamos ver o rombo
É isolado, coisa pequena
E o sistema de crenças fica de novo restabelecido
Há um rombo grande?
Todo o sistema é abalado
.nada funciona, então
Há que revê-lo, impossível
Sem parar
A presunção acerca da verdade de uma crença só é possível na relação com a verdade de todas as outras crenças desse sistema. A revisão total afunda o barco. Em algo se acredita: o que funda o coerente.
Acredito que consigo atravessar oceanos (contigo).
A hipótese só é viável num todo coerente.
A hipótese é: nós!
Vida
E..
.entre .cheiros de cinzeiros podres
A simples emergência do puro
.confusão alterna preocupação
Água na boca, limão
Quente e frio
.medo do altruísmo autoflageladedor
Praia deserta
Mexilhão, poesia de balão e bolina
Mão na mão
Transpondo a imensidão rochosa
.conta-gotas de amargo .aperto
Se deixado no mar e vivo
Na areia aconchegado o cheiro
A maré sorrindo à brisa
Será dádiva em estertor
Conversão autêntica
Sentido da vida, fé
Destino e cuidado de si
Nascimento na espuma
?se viver só .conforme
.pária .de outrem sufoco . assim sufoco
Janela aberta e tom
Voz de sorriso mágico elíptico
Megafrenia emocional ascendente
Falésia de aromas em queda
Penetrante ondulação
Boca serena à espera
Pousada oceânica e pacífica
Tempestade amiga de suor
Oportunidade única
Vida
De: "Dois em Um Aquático Invertido"
.entre .cheiros de cinzeiros podres
A simples emergência do puro
.confusão alterna preocupação
Água na boca, limão
Quente e frio
.medo do altruísmo autoflageladedor
Praia deserta
Mexilhão, poesia de balão e bolina
Mão na mão
Transpondo a imensidão rochosa
.conta-gotas de amargo .aperto
Se deixado no mar e vivo
Na areia aconchegado o cheiro
A maré sorrindo à brisa
Será dádiva em estertor
Conversão autêntica
Sentido da vida, fé
Destino e cuidado de si
Nascimento na espuma
?se viver só .conforme
.pária .de outrem sufoco . assim sufoco
Janela aberta e tom
Voz de sorriso mágico elíptico
Megafrenia emocional ascendente
Falésia de aromas em queda
Penetrante ondulação
Boca serena à espera
Pousada oceânica e pacífica
Tempestade amiga de suor
Oportunidade única
Vida
De: "Dois em Um Aquático Invertido"
terça-feira, 29 de abril de 2008
Soneto de Mal-Amar
Invento-te recordo-te distorço
a tua imagem mal e bem amada
sou apenas a forja em que me forço
a fazer das palavras tudo ou nada
A palavra desejo incendiada
lambendo a trave mestra do teu corpo
a palavra ciúme atormentada
a provar-me que ainda não estou morto.
E as coisas que eu não disse? Que não digo:
Meu terraço de ausência meu castigo
meu pântano de rosas afogadas.
Por ti me reconheço e contradigo
chão das palavras mágoa joio e trigo
apenas por ternuras levedadas.
José Carlos Ary dos Santos
a tua imagem mal e bem amada
sou apenas a forja em que me forço
a fazer das palavras tudo ou nada
A palavra desejo incendiada
lambendo a trave mestra do teu corpo
a palavra ciúme atormentada
a provar-me que ainda não estou morto.
E as coisas que eu não disse? Que não digo:
Meu terraço de ausência meu castigo
meu pântano de rosas afogadas.
Por ti me reconheço e contradigo
chão das palavras mágoa joio e trigo
apenas por ternuras levedadas.
José Carlos Ary dos Santos
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